domingo, 10 de setembro de 2017

Força na peruca!

Então, estou no ar desde cedo porque Tony foi cumprir a promessa feita ao amigo Sr. Bigode, de leva-lo para conhecer o canal da transposição do São Francisco, na altura de Custódia. Homem de animada conversa e de muitas história "seu" Bigode é uma figura conhecida dos cafés Garanhuenses. Muito bem alinhado, sempre tem um "causo" para contar e, por isso mesmo, não é de se admirar que tenha pegado essa amizade com o meu marido. Coincidências, os dois aniversariam no mesmo dia, e este ano teve até festinha de aniversário, com bolo, salgadinho e refrigerante pelas 16 horas em plena avenida Santo Antonio, na altura da antiga Padaria Suissa, no carrinho de confeito de "seu" Naldinho. Aliás, esse é o point da discussão de futebol na segunda-feira de manhã. Eles têm um grupo de sabichões da bola, a que chamam "bem, amigos". Então, todas as manhã, logo cedo, depois de deixar a menina na escola e a "patroa" (?!) no serviço, Tony batia ponto lá. É, no passado, porque agora, o horário é, prioritariamente para suar na academia.

Pois, acreditem se quiser. Logo no começo, Rita havia pedido uma ajuda através do grupo da Família Ferreira no whats app para buscar D. Nilza e levar ao médico, e eu, disse que naquele horário, Tony estava na academia. Ana Paula já profetizou o fim do mundo, pois ninguém poderia ser mais avesso às marombas e máquinas do que Tony Neto. E eu, não ficava muito atrás. Mas acontece que o tempo passa, e cobra seus tributos. No meu caso, especificamente, já quase infartei subindo a ladeira do SESC, depois de almoçar pirão de peixe (eu só como o pirão e o arroz. O peixe, está dispensado) na Tilápia, na frente do Pau Pombo. Depois, parei duas ou três vezes na "ladeirinha" que dá acesso ao Park Güell, em Barcelona. Por fim, fui à GRE-AM fazer uma consulta acerca de uma documentação. Parei na antiga Rádio Jornal e subi aquele pedacinho do Relógio de Flores e uma pequena rampa que dá acesso ao prédio. Quando cheguei à sala de Márcia Fernanda, ela perguntou se eu queria "uma  aguinha", de tão ofegante que eu estava. Daí, não deu para fazer de conta que não era comigo. Reconheci que preciso descartar o excesso de peso e melhorar a minha resistência física. Meio assustada por conta da idade, marquei uma consulta com o cardiologista, cuja última visita tinha sido realizada há 13 anos atrás. Dr. Célio Cabral, muito sério como sempre, me mediu e me pesou, olhou-me bem e perguntou: você sempre teve esse peso? Diante da resposta negativa, declarou: "seu problema é sedentarismo. Saia daqui e vá se inscrever numa academia. O que você precisa é de uma boa dieta (enquanto preenchia uma guia da UNIMED encaminhando a um nutricionista) e de atividade física. Arranje tempo, pois só quem pode fazer isso por você é você mesma".

Ai, lascou. Eu, que estava com aquela conversa de mulher moderna, "vou fazer isso para mim, já que só vivo fazendo as coisas pelos outros", cai na real de bunda no chão. Como Tony já havia falado algumas vezes que precisava fazer uma atividade física contínua já que o futebol de final de semana é mais perigoso do que a total ausência de exercícios, peguei o bicho na palavra e fomos a academia que fica atrás da Faculdade. Fizemos um contrato de três meses, devidamente pagos no cartão de crédito para não dá chance de desistir durante o contrato de experiência. Incluímos Luiza, que também não foge a regra da preguiça crônica para as esteiras e bicicletas. Então, há um mês, estamos frequentando um novo grupo social.

Os primeiros dias são difíceis, mas com o passar das semanas, vai acostumando. A nossa professora nos prescreveu duas rotinas de exercícios, alternando pernas/costas e braços/abdomem. Na avaliação física, pasmem: de nós três, a melhor dos piores fui eu, porque tenho um pouco mais de flexibilidade e consegui fazer 10 abdominais. Talvez isso seja memória física dos tempos em que eu era sparring no judô, aliado aos afazeres domésticos que, de qualquer forma, mexe com a musculatura. Então, de segunda a quinta-feira pela manhã, deixamos Luiza na escola e vamos à luta, monitorados pelos professores Thayse e Lucas, dois meninos ótimos, muito atenciosos. Eventualmente, Tony vai à tarde, principalmente quando tem audiências cedo, porque fica ruim transportar a roupa de advogado. Às sextas, vamos à tarde, quando somos atendidos pelo Bruno, que ajuda Luiza durante toda a semana a derrotar a preguiça secular que habita nela. 

E, igualmente, a todas as situações, aprende-se muito com as experiências vividas. No ginásio, cada um faz o exercício no seu ritmo, e com sua carga. Há umas magrinhas que levantam tanto peso que elas bem que poderiam arranjar uma colocação no cais do porto. E não deixa de ser engraçado, pois, em máquinas perfiladas, um bombadinho coloca 120 quilos na máquina, enquanto eu, vou toda feliz e contente, empurrar 5 quilinhos de cada lado. Cada um na sua.  Outro dia, estava no aquecimento no "elíptico", e achava que ia mesmo morrer de tão cansada. Bem na hora, o cliente do vizinho da academia buscou seu rumo. Bom esclarecer que a academia fica entre o Hospital Regional D. Moura e um Velório. Qualquer coisa, pode jogar para a direita ou para a esquerda. Então, quando eu estava com o coração na boca, já largando o exercício, saiu o féretro. Acompanhei o movimento pela vidraça, desistindo da ideia inicial e  consegui terminar os meus 15 minutos com louvor, afinal, para aquele lá é que não há mais oportunidades nesta encarnação. 

Como diriam os entendidos, força na peruca! Espero me acostumar tanto, ao ponto de frequentar o ginásio aos domingos e feriados. Por enquanto, cada semana concluída caracteriza uma pequena vitória.

Saúde para nós, mesmo sendo clichê, que é o nosso bem mais precioso.

Fiquem com Deus. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário